domingo, 26 de dezembro de 2010

NOSSA SUTIL HIPOCRISIA

Emil Brunner disse certa vez que, em sua caminhada histórica, a igreja oriunda de Reforma procura automaticamente o engessamento de uma crescente e perene institucionalização, matando o caráter orgânico, vivo e livre da igreja. Brunner identifica o início da institucionalização da igreja quando o apóstolo Paulo normatiza o sacramento da Ceia em 1 Coríntios 11. Discordo do teólogo, pois creio que semente dessa institucionalização é bem anterior, e pode ser encontrada nos embates travados entre os fariseus e o Crucificado.
Nesses embates, os fariseus, que eram professores da Lei, e que deveriam, por dever de ofício, conhecer as Escrituras, as negam ao reclamarem conta a terrível falha de Jesus em curar num sábado. " Era só que faltava!", diziam eles. Em sua sutil hipocrisia, os fariseus da época de Jesus ficavam chateados com a falta de modos do Senhor, que comia sem lavar as mãos, mas não se importavam em corromper um processo jurídco contra Ele, ao comprar testemunhas epermitir correr o julgamento no Sinédrio à noite, o que era ilegal na época.
Hoje em dia, a igreja dita "Evangélica" cada vez mais se engessa em seu institucionalismo ensimesmado, se aproximando do sistema religioso farisaico, cada vez mais se distancia da pura fonte de conhecimento de Deus, ou teologia, que é Jesus, e cada vez mais vivencia uma hipocrisia de modo sutil.
Enchemos a boca ao afirmarmos que nossa salvação é pela graça, mas enchemos as pessoas de cargos, sobrecargos e obrigações, que devem ser desempenhados sem pestanejar, para provar que é "um dos nossos" e merecedor da salvação.
Nos alegramos, e até nos orgulhamos, de nossa herança reformada. MAs, se é verdade que muitos arminianos oram como calvinistas ("Se for da tua vontade, Senhor..."), também é verdade que muitos calvinistas vivem sua vida como perfeitos agnósticos. Afinal, Deus é distante, intangível, inalcançável, portanto vou viver minha vida do meu jeito, sem me importar com isso.
Prezamos a família. Há até ministérios voltados para ela, e grande volume de literatura especializada no tema. Mas o número de divórcios aumenta, a quantidade de maus-tratos contra crianças se torna assustadora (sem contar os casos de abuso sexual cometidos dentro de famílias evangélicas, por pais, tios, avós ou padrastos), cada vez mais desordens de ordem sexual se tornam presentes, sem que isso seja tratado com coragem, discrição e amor. E sem falar também que, de todas as famílias da igreja, a do pastor é a mais penalizada.
Há muitas camisetas e adesivos de carro que dzem: "Jesus te ama", "Deus é amor", mas somos frios, distantes, individualistas e cruéis. Não conseguimos expressar esse amor ao homossexual, ao alcoólatra, ao mendigo. Ou ao crente da igreja com uma teologia diferente da nossa, ou mesmo ao católico.
Aliás, somos muito ciosso em relação à pureza da nossa devoção. Falamos contra a crescente mariolatria, como bem apontou Hans Küng, mas temos nosso ídolos, nosso pequenos deuses, nossos altares de adoração abjeta. Enquanto muitos católicos adoram uam figura bíblica que foi instrumento da ação de Deus na história, muitos de nós adoramos homens sem escrúpulo, sem caráter e com uma enorme voracidade por fama, poder e dinheiro. Talvez até mesmo por nos espelharmos neles.
Prezamos a transparência, reclamamos até mesmo disso em relação aos governos. Mas não sabemos o que fazer com aqueles que decidem abrir seus corações, expondo suas fraquezas e sua dependência de Deus. Em um tempo de cultivo de heróis gospel, não soa bem se mostrar frágil.
Prezamos o papel de líder, enquanto Jesus prezava a atitude de servo. Prezamos a vitória e a intrepidez, mas Jesus morreu como um bandido fora da cidade santa, abandonado por todos. Nos espelhamos na esperteza relatada em livros sobre liderança, mas Jesus nos incita à simplicidade infantil. Buscamos metodologias para a igreja crescer, mas nos esquecemos que quem enche a igreja é o Espírito, e qualquer outro crescimento produzido fora dele é puro inchaço.
Em tempos em que as técnicas ditam as normas (como bem disse Won Sul Lee), é anacrônico ser fiel a alguém que não se vê e que nem sempre responde como queremos. Mas somos chamados a este anacronismo, somos chamados para vivermos, como diz o antigo hino, para o Deus dos antigos, o Deus que nos limpa por dentro e nos remove a sutil hipocrisia dos fariseus modernos. o Deus que nos quer íntegros e transparentes. O Deus que nos quer santos.

Rodrigo de Lima Ferreira, Pastor da Igreja Presbiteriana Independente do Brasil.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

TUDO O QUE JESUS CONQUISTOU NA CRUZ...



TUDO O QUE JESUS CONQUISTOU NA CRUZ..., ESTAMOS LITERALMENTE JOGANDO NO LIXO. ESTAMOS QUERENDO APENAS TOMAR POSSE DAS BENÇÃOS DE DEUS AQUI NESTE MUNDO.
MEUS AMADOS IRMÃOS, COMO É TRISTE VER QUE, ENQUANTO MILHARES OU ATÉ MILHÕES DE PESSOAS CAMINHAM POR CAMINHOS DE MORTE (FESTAS, BEBIDAS, DROGAS, MICARETAS, CARNAVAIS, ETC), OS "CRISTÃOS", QUE DEVERIAM ALERTÁ-LOS PARA MUDAREM DE CAMINHO, FICAM TENTANDO IMITAR ELIAS, ESCONDENDO-SE EM CAVERNAS, SÓ QUE BEM MAIS CONFORTÁVEIS (IGREJAS, RETIROS EM PRAIAS, ETC), QUE MESMO QUE O PRÓPRIO DEUS OS CHAME PELO NOME, ELES NÃO SAIRÃO E ATÉ PENSARÃO: "PORQUE ME AVENTURAR A PREGAR O EVANGELHO ÀS MULTIDÕES, FORA DA MINHA CAVERNA (IGREJA), SE ELES PODEM MUITO BEM VIR AQUI E OUVIR, E QUEM SABE, TAMBÉM FICAR, PORQUE AQUI É TÁO AGRADÁVEL. NÃO TROCO ESTAR NA IGREJA POR NADA (NEM MESMO O CÉU?). AQUI ESTOU RECEBENDO BENÇÃOS...". MUITO BOM, MUITISSIMO LEGAL. PENA QUE NÃO FOI PARA ISTO QUE DEUS NOS CHAMOU, QUE ELE NOS TIROU DO DESERTO SEM FIM QUE ERAM AS NOSSAS VIDAS; E A HERANÇA DE DEUS PARA NÓS, NAO SÃO APENAS OS BENS MATERIAIS, OU O MEU "DOM DE CURA", DOM DE LÍNGUAS", ENTRE OUTROS...., DOS QUAIS ME VANGLORIO NA FRENTE DOS OUTROS IRMÃOS ("NÃO É O DISCIPULO MAIS DO QUE O MESTRE, NEM O SERVO MAIS DO QUE O SEU SENHOR. BASTA AO DISCIPULO SER COMO SEU MESTRE, E AO SERVO COMO SEU SENHOR." MT 10: 24-25a, PORQUE JESUS NAO SE VANGLORIAVA NA SUA PRÓPRIA FORÇA, MAS SIM NA FORÇA QUE VINHA DE DEUS). DEUS NOS CHAMOU PARA SERVIRMOS AO PRÓXIMO AQUI, E UM DIA SERMOS ASSUNTOS AOS CÉUS, PORQUE " A GLÓRIA DESTA ÚLTIMA CASA SERÁ MAIOR DO QUE A DA PRIMEIRA, DIZ O SENHOR DOS EXÉRCITOS, E NESTE LUGAR DAREI A PAZ, DIZ O SENHOR DOS EXÉRCITOS" (AG.2:9). MUITAS VEZES IGNORO E TENTO ABRIR OS OLHOS DE ALGUNS IRMÃOS SOBRE O QUE CANTAMOS APENAS DA BOCA PARA FORA. POR EXEMPLO, O REFRÃO DA MUSICA QUE UTILIZEI PARA INICIAR ESTE TEXTO, FALA: "MAIOR É O QUE ESTÁ EM NÓS, DO QUE O QUE ESTÁ NO MUNDO...". COMO ASSIM? SE MAIOR É O QUE ESTÁ EM NÓS (JESUS), PORQUE SÓ PROCURAMOS O QUE ESTÁ NO MUNDO?
PRECISAMOS TER O DESEJO DE SALVAR VIDAS, DE ANUNCIAR AS BOAS NOVAS (NÃO É ISTO QUE SIGNIFICA A PALAVRA EVANGELHO?), DE DAR AS MÃOS E FAZER O BEM, DE ACONSELHAR O HOMEM PARA SEGUIR PELO CAMINHA DA VIDA, JESUS, PARA NÃO SERMOS CULPADOS PELO SANGUE DE NINGUÉM, E NO DIA DO JUIZO: "ENTÃO DIRÁ O REI AOS QUE ESTIVEREM À SUA DIREITA: VINDE, BENDITOS DE MEU PAI, POSSUÍ POR HERANÇA O REINO QUE VOS ESTÁ PREPARADO DESDE A FUNDAÇÃO DO MUNDO: (MT 25:34)". E NÓS VERDADEIRAMENTE PODEREMOS CANTAR: "TUDO O QUE JESUS CONQUISTOU NA CRUZ, É DIREITO NOSSO, É NOSSA HERANÇA...
BY: Jean Carlos.